quinta-feira, 3 de julho de 2014

Desentendido por mea culpa de algodão

Já ouvi dizer que a letra mata,
Que estudo enfada,
Que o que edifica é a oração.

Vou contar agora o que acontece, oh mandrião,
Na descontextualização.
Parece doutra tradução
Essoutra interpretação
De que a leitura é danação.

Veja só em Paulo aparente contradição,
Amava tanto a ocupação
Que mesmo estando na prisão,
Sua vida perto à conclusão,
Livros pediu para instrução,
Quiçá até recreação,
Então...

Se pra bom entendedor, meia,
Pro mau, sebo nas canelas atrás da explicação.
Porque se esse peixe nunca for pescado com as suas próprias mãos, meu irmão,
Acho que é melhor passar um pouco de inanição
Pra ver se um dia a fome dói e lá fora some de vez esse leão.

Sem profecia, corrupção!
Notou o sábio Salomão.
Porém a qual revelação
Fez o monarca alusão?

Só à mensagem do vidente
Ainda que incoerente?
Ou pode a Bíblia habilmente
Edificar a fé do crente?

Repetição do ensinamento
A quem domina o sermão
Traz morte lenta, desalento
E ilusória fartação.

Um enlatado ontem cruento
É requentado amanhã.
Não é o leite alimento
Para madura alma cristã.

Se pra bom entendedor meia,
Pro mau, sebo nas canelas atrás da explicação
Porque se esse peixe nunca for pescado com as suas próprias mãos, meu irmão,
Acho que é melhor passar um pouco de inanição
Pra ver se um dia a fome dói e lá fora some de vez esse leão.

Seu discurso a todos confunde,
Em ser complicado não há virtude
E a não ser que este seja o fim,
Verbosidade será sempre ruim

No simples há profundidade
Há riqueza na concisão
Não havendo mediocridade
Menos é mais, a não ser que não.

Se pra bom entendedor meia,
Pro mau, sebo nas canelas atrás da explicação
Porque se esse peixe nunca for pescado com as suas próprias mãos, meu irmão,
Acho que é melhor passar um pouco de inanição
Pra ver se um dia a fome dói e lá fora some de vez esse leão.

O simplório é só torpor
Muito barulho sem valor.
Até por sábio é reputado
O homem tolo quando calado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário