Apresentação (ou Introdução, Prefácio, Preâmbulo,
Prólogo)
Sabe aquilo que dizem aos
adolescentes? Que eles não são especiais, no sentido de que coisas ruins (ou boas)
não acontecem só com eles? Bem, depois de ouvir este... como chamar... esta
admoestação várias vezes (não necessariamente com as mesmas palavras e não
necessariamente dirigida a mim) sempre penso que minhas boas ideias (ao menos
para mim são boas) já foram pensadas por alguém, e isto me desestimula a sequer
tentar levá-las a cabo. Este começo se faz necessário como uma proteção contra
críticas (que invariavelmente virão). Ao mesmo tempo ele é uma clara mostra do
que meu terapeuta define mais ou menos como medo de se expressar (ou da reação
à expressão). É como se, nas palavras dele, eu estivesse pedindo desculpas pelo
que vou falar. Hehe, estou revisando o parágrafo e me imaginando explicando-o a
leitores (uma explicação sobre uma explicação).
A questão (do parágrafo anterior e não do texto pelo qual resolvi escrever) é que (e isso não é nada novo, eu sei), tenho uma ideia na cabeça, uma protoideia, na verdade; uma ideia que acredito ser genial mas que ainda não tomou forma, irreconhecível no mínimo ao mundo das palavras (ou da comunicação através de palavras) e muitas vezes ao tentar expulsá-la, ao tentar dar à luz a esta ideia, o que nasce é um monstro mitológico deformado que pouco lembra o rascunho traçado no meu mundo interno. Aí (e aqui estou me expondo ao nível de nudez mas, você sabe, não sou EU, é o superego escrevendo), as pessoas não me reconhecem como o gênio que sou mas como alguém dispensável, sem valor, desprezível.
Há quem pense que ser notado como desprezível é melhor do que não ser notado (do que ser invisível) ao ponto de ser tornar desprezível para ser notado. Voltando: a quantidade de apostos explicativos nos meus poucos textos gritam o desespero que tenho por me fazer entendido. Eu faço aposto dentro de aposto. Parece uma expressão algébrica complexa que "desce" a 15 níveis quando só se tem 3 símbolos para separá-los: chaves, colchetes e parênteses. No caso da redação, até onde eu sei, temos vírgula, parênteses e travessão, com a diferença que este não tem ordem de precedência, o que me leva a outra questão relacionada: não sei escrever, ponto final. Não é só questão de ter o vocabulário e não saber usá-lo. Não domino o vernáculo tanto em quantidade como em qualidade. Não é apenas minha semântica ruim, minha sintaxe também é pobre. Embora não me considere incoerente sou deveras incoeso e, pasmem (ou não), estou piorando com o tempo, involuindo. Pelo menos eu sei que parte deste problema é falta de prática. Ao menos também SEI QUE NÃO SEI. Como se chama mesmo isso? Ignorância percebida? É algo assim. Bem, para poder partir deste ponto para o NÃO SEI QUE SEI eu preciso de auxílio que não encontro aqui em Porto Velho ou na internet. Os cursos de redação que encontro são todos técnicos, específicos para uma determinada área. Me pergunto se um curso de direito ou jornalismo me ajudaria.
Por fim, tem a questão da indisponibilidade e da indisposição (nada menos que pura preguiça). Às vezes parece que está tudo lá (pelo menos a princípio, como talvez agora): ideias e palavras fluindo na mente, no entanto, por exemplo, estou no trabalho (onde até tenho alguma liberdade, contanto que não abuse) ou em casa, na cama, e simplesmente não consigo me levantar (literal e figuradamente falando) e escrever. Há uma força quase que gravitacional que me faz permanecer onde estou. Talvez esta força não seja a preguiça, talvez seja a junção irracional dos temores relatados no primeiro parágrafo que cria um bloqueio psicológico e para mim seja mais "cômodo" dizer que é preguiça. Cômodo no sentido de que eu não tenha que pensar noutro termo. Não que seja cômodo sair falando (ou ouvindo) que você não tem disposição para trabalhar. Na realidade, pode ser que eu tenha ouvido desde criança que "este" ou "aquele" comportamento é característico de preguiçoso. O fato é que nem sempre é preguiça. Até porque às vezes eu já estou de pé, a força não está atuando, ela nem existe neste momento, mas é só surgir a ideia que, como uma irmã gêmea, a força começa a atuar, agora não me prendendo na cama, mas me levando a caminhos alternativos: continuar Chrono Trigger, assistir Naruto ou Seinfeld, ir ao cinema ou até voltar à leitura de Sandman! Sexo não, porque não consigo transar com a cabeça assim. Sexo pra mim não é fuga, pelo menos nesta dimensão.
E é isso. Aqui, por enquanto, você não vai encontrar soluções ou resoluções. Talvez uma parca Ausentação (ou Conclusão, Posfácio, Pos-âmbulo, Epílogo), pois procurando escrever-vos sobre sonhos e mangas, tive por necessidade escrever-vos sobre temores e dúvidas. Não sou digno de ser chamado de unha de Agostinho, mas espero que minhas confissões sirvam a alguém, especialmente a mim mesmo. :)
A questão (do parágrafo anterior e não do texto pelo qual resolvi escrever) é que (e isso não é nada novo, eu sei), tenho uma ideia na cabeça, uma protoideia, na verdade; uma ideia que acredito ser genial mas que ainda não tomou forma, irreconhecível no mínimo ao mundo das palavras (ou da comunicação através de palavras) e muitas vezes ao tentar expulsá-la, ao tentar dar à luz a esta ideia, o que nasce é um monstro mitológico deformado que pouco lembra o rascunho traçado no meu mundo interno. Aí (e aqui estou me expondo ao nível de nudez mas, você sabe, não sou EU, é o superego escrevendo), as pessoas não me reconhecem como o gênio que sou mas como alguém dispensável, sem valor, desprezível.
Há quem pense que ser notado como desprezível é melhor do que não ser notado (do que ser invisível) ao ponto de ser tornar desprezível para ser notado. Voltando: a quantidade de apostos explicativos nos meus poucos textos gritam o desespero que tenho por me fazer entendido. Eu faço aposto dentro de aposto. Parece uma expressão algébrica complexa que "desce" a 15 níveis quando só se tem 3 símbolos para separá-los: chaves, colchetes e parênteses. No caso da redação, até onde eu sei, temos vírgula, parênteses e travessão, com a diferença que este não tem ordem de precedência, o que me leva a outra questão relacionada: não sei escrever, ponto final. Não é só questão de ter o vocabulário e não saber usá-lo. Não domino o vernáculo tanto em quantidade como em qualidade. Não é apenas minha semântica ruim, minha sintaxe também é pobre. Embora não me considere incoerente sou deveras incoeso e, pasmem (ou não), estou piorando com o tempo, involuindo. Pelo menos eu sei que parte deste problema é falta de prática. Ao menos também SEI QUE NÃO SEI. Como se chama mesmo isso? Ignorância percebida? É algo assim. Bem, para poder partir deste ponto para o NÃO SEI QUE SEI eu preciso de auxílio que não encontro aqui em Porto Velho ou na internet. Os cursos de redação que encontro são todos técnicos, específicos para uma determinada área. Me pergunto se um curso de direito ou jornalismo me ajudaria.
Por fim, tem a questão da indisponibilidade e da indisposição (nada menos que pura preguiça). Às vezes parece que está tudo lá (pelo menos a princípio, como talvez agora): ideias e palavras fluindo na mente, no entanto, por exemplo, estou no trabalho (onde até tenho alguma liberdade, contanto que não abuse) ou em casa, na cama, e simplesmente não consigo me levantar (literal e figuradamente falando) e escrever. Há uma força quase que gravitacional que me faz permanecer onde estou. Talvez esta força não seja a preguiça, talvez seja a junção irracional dos temores relatados no primeiro parágrafo que cria um bloqueio psicológico e para mim seja mais "cômodo" dizer que é preguiça. Cômodo no sentido de que eu não tenha que pensar noutro termo. Não que seja cômodo sair falando (ou ouvindo) que você não tem disposição para trabalhar. Na realidade, pode ser que eu tenha ouvido desde criança que "este" ou "aquele" comportamento é característico de preguiçoso. O fato é que nem sempre é preguiça. Até porque às vezes eu já estou de pé, a força não está atuando, ela nem existe neste momento, mas é só surgir a ideia que, como uma irmã gêmea, a força começa a atuar, agora não me prendendo na cama, mas me levando a caminhos alternativos: continuar Chrono Trigger, assistir Naruto ou Seinfeld, ir ao cinema ou até voltar à leitura de Sandman! Sexo não, porque não consigo transar com a cabeça assim. Sexo pra mim não é fuga, pelo menos nesta dimensão.
E é isso. Aqui, por enquanto, você não vai encontrar soluções ou resoluções. Talvez uma parca Ausentação (ou Conclusão, Posfácio, Pos-âmbulo, Epílogo), pois procurando escrever-vos sobre sonhos e mangas, tive por necessidade escrever-vos sobre temores e dúvidas. Não sou digno de ser chamado de unha de Agostinho, mas espero que minhas confissões sirvam a alguém, especialmente a mim mesmo. :)
Nenhum comentário:
Postar um comentário